Ilustres Convidados, Estudantes dos Cursos de Economia e Gestão e Direito, Senhora e Senhores,
Aceitai, em nome da Direcção, os nossos
cumprimentos de boas vindas a estas Primeiras Jornadas Científicas, lugar privilegiado
de refrescamento científico-intelectual, a decorrerem nas Instalações da nossa
Universidade sob o tema: “políticas públicas e cidadania inclusiva”. A vós
conferencistas e facilitadores desta suculenta mesa académica endereçamos os
nossos agradecimentos pelas vossas contribuições neste entrosamento do saber.
Senhoras e Senhores, a necessidade
de o homem viver integrado, organizado em sociedade, por causa – em certo
sentido – da sua contingência bio-psico-fisiológica, levou-o desde cedo a
buscar estratégias, sistemas e até mesmo regimes de organização social que
tornassem possível a sua adaptação ao tempo e ao espaço. A adaptação ao meio
foi e é um processo que sempre comportou e comporta tensões e incompreensões,
recuos, estagnações e avanços. Por esta causa e por outros motivos encontramo-nos
aqui em Jornadas Científicas.
Os séculos das luzes (XVII e
XVIII) e a aparição da indústria moderna (século XIX) dissolveram as antigas
estruturas sociais, debilitadas pelo tempo e pela estagnação, abrindo portas a mudanças
radicais na composição das novas sociedades, cujos frutos transparecem na relação
capital-trabalho, tornada hoje uma “questão decisiva”; na transformação das
estruturas de produção e do capital convertido em “novo poder” que, colocado em
mãos de poucos, em mãos dos grupos dos mais iguais, se torna alavanca de
antigas e novas expressões de exclusão; na sobreposição do ter e do produzir
sobre o ser e a dignidade, fazendo do ser um refém do ter a todo e qualquer preço;
no aprofundamento do fosso entre as ciências humanas e as ciências económico-tecnológicas,
colocando aquelas ao serviço e, às vezes, reféns destas sob o prisma do
pragmatismo e sobretudo do utilitarismo.
Bastará termos os olhos abertos para
percebermos quanto a justiça é e deve ser o objectivo
a atingir e, consequentemente, também a medida intrínseca de toda a política. Para
o efeito, a política precisa de transcender a fronteira da simples técnica para
a definição dos ordenamentos públicos, a fim de se fixar no patamar da ética
promotora de uma verdadeira ecologia das relações inter e intra-humanas. Por
outro lado, a razão precisa de se purificar da cegueira ética, derivada da
prevalência do interesse e do poder que a deslumbram para que se possa fixar em
metas sociais traduzidas em cidadania verdadeiramente inclusiva.
Hoje, mais do que nunca, senhoras
e senhores, como bem o tem percebido o fundador desta obra e Presidente da
Associação Jean Piaget, Professor Doutor António Oliveira Cruz, a questão do
diálogo interdisciplinar e transversal apresenta-se como caminho para defender
o homem que, no dizer de Protágoras “é a medida de todas as coisas: das que existem, porque são; e das que
não existem, porque não são”. As ciências são tais enquanto dialogam umas com as outras. Assistimos,
pois, hoje e amanhã a um exercício deste desiderato, vendo confrontadas a
ciência económica e jurídica na busca de vias de aproximação para favorecerem o
homem todo e todo o homem. Bem haja aos organizadores destas jornadas! Aqui
postos, declaramos abertas as Primeiras Jornadas Científicas sobre as “políticas
públicas e cidadania inclusiva”.
Benguela, 18 de Abril de 2012
António Pedro Amândio, (PHD)
(Director Pedagógico)
(Director Pedagógico)
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