terça-feira, 3 de novembro de 2009

A RESPOSTA

A CO-RESPONSABILIZAÇÃO
Por Chipilca Eduardo
Ao meu Caríssimo Bangula
Li atentamente a proposta de discussão o grande artigo de Bangula intitulado co-responsabilidade. Bangula é meu kamba de a longa data, no mundo das letras, antes que me esqueça como anda a brigada jovem de literatura em Benguela? Concordo de facto com alguma das suas opiniões francas e frontais, confesso que reli muitas vezes todavia quero ajuda-lo a reflectir comigo algumas suas omissões. Desde já, digo-lhe que faço com imbuído do espírito de independência e imparcialidade. Eis os meus “pobres” pensamentos. - Qual é conceito de estudante? Qual é o contributo de cada um? Como alguns chegaram até a universidade? Porque que não se tem cultura do debate, ler, ouvir e assistir noticiários? Meu caríssimo Bangula, trata-se de valores que se cultivam, não se impõem. Muitos destes alunos não os têm mas, deviam e isto é grave! Sabes que os exemplos que temos de ascensão de cargos públicos e de grandes empresas em Angola (com a devida vénia aos melhores) não têm sido lá grandes contributos ao estímulo da excelência e competência profissionais. A” cunhagem”(as facilidades e a cor partidária) ao meu ver contribuem e de que maneira aos desprezos pelo estudo e o desleixo, nome da família garante bom emprego, ,bolsa (já agora leste os requisitos para um bolsa interna? Quanto as bolsas externas ,vão os melhores? Diga-me quais são os requisitos ?) O mercado nunca será selectivo em Angola, enquanto a competência for posta de parte. Quantas organizações de festas e concursos de misss existem? Qual é aderência? Se for tanta, porque que não acontecem nos eventos verdadeiramente educativos? Quantas festas se realizam em cada fim-de-semana em Angola? Ninguém sabe os motivos? Quantos aos governantes é preciso um estudo profundo sobre estes males, pois por excelência são pessoas de idóneas. Reinam a onda do deixa a vida me levar. Um apelo aos verdadeiros cidadãos deste país analise enquanto existirem práticas desonestas e a promoção amorosa baseadas no compadrio e outros facilitismos. Existe um politica seria de ensino em Angola? Meu caro Bangula, a dado momento no seu artigo, falastes de uma semana científica que nas entrelinhas percebi que seria um fiasco! Não concordo. Diz um provérbio chinês que, uma grande viagem começa com um passo. É preciso que cada um de nós dê este passo, pois é isto que nos fará diferentes. Foi apenas para abrir o apetite, não para criar fogo cruzado. Fico por aqui... o poeta que não é poeta.

domingo, 1 de novembro de 2009

RESPOSTA AO ARTIGO

A CO-RESPONSABILIZAÇÃO
Há já algum tempo que não rabisco algumas linhas, nesta página reservada ao editor. As razões foram várias, e não interessa aqui menciona-las. O certo é que, não é boa a razão que me leva a escrever de novo. Cá vamos; É como muito desagrado que temos constatado uma certa tendência por parte dos nossos estudantes em vandalizar o nosso Jornal Mural “ O Universitário”. Fazem observações descabidas, corrigem erros que não existem, assinam nas margens das folhas, em fim, profanam este, que seria o nosso “santuário” do debate aberto, franco e participativo. Devemos aqui, reconhecer as nossas falhas ortográficas e por isso, agradecemos desde já à todos quantos têm nos ajudado a corrigi-las, ao mesmo tempo que pedimos pelo facto, desculpas aos caros leitores. Voltando à vaca fria, estes estudantes que tentam sem sucesso desencorajar a nossa produção, não sabem que estão a dar um tiro “para as suas próprias pernas”. O jornal mural é de todos. Mesmo que apenas alguns se oferecem a escrever para ele, todos o lêem, ou pelo menos deviam. Consterna-nos bastante saber que nossa universidade com cerca de dois mil alunos, apenas três escreveram algumas vezes artigos ou outro tipo de matéria em mais de cinco meses de existência do jornal mural. Este cenário obriga-nos a corroborar com a ideia de que, há estudantes na nossa universidade que não estão interessados na academia, no saber e no debate de ideias. Estão apenas preocupados em passar de ano. Porém não queremos acreditar que esta seja a verdade sobre o assunto. Mas, escrever nas margens das matérias do jornal é uma prática condenável e vergonhosa para um estudante do ensino superior. É verdade que, sempre que posso, desabafo com professores e estudantes sobre o facto de não escreverem para o jornal. Todos se desculpam de mil maneiras, nem sempre diferentes. Alegar que a vida anda muito corrida, por isso, não pode escrever um texto para jornal em seis meses, não certamente plausível para quem frequenta a universidade ou por outra, para quem busca o saber. Outro dia estava eu, a mexer com os meus pauzinhos, quando me ocorreu a ideia de promover um ciclo de palestras com os estudantes, uma espécie de “semana científica”, ou “semana de debates” em que, seriam os próprios estudantes a palestrarem, a defenderem ou criticarem teorias e ideias, coisas que se fazem nas universidades sérias. Mas, definitivamente, com todo o respeito às excepções, há cá muita gente a brincar de estudar. Pois, não é concebível que um universitário não frequenta debates e palestras promovidas pela sua própria unidade de ensino, não ouve as notícias, nem lê jornais, não consegue formular um ideia sobre um facto social simples! Que tipo de profissionais estamos a formar? Precisamos ser coerentes connosco mesmos! Devemos questionar a qualidade de ensino que nos propormos oferecer. A formação universitária de qualidade não nos será dada pelas belas salas e o moderno equipamento que possuímos antes sim, pelo esforço individual e colectivo que empreendermos no sentido da auto responsabilização e partilha de obrigações. A direcção da universidade tem que deixar de pensar que a sua parte é apenas criar condições matérias de ensino e colocar os professores diante dos estudantes e os estudantes devem desfadar –se da ideia de que na universidade ninguém lhe exige nada, desde que pague as suas propinas, o resto é do fórum pessoal ninguém tem nada a ver. Este estado de coisas, só irá exacerbar as abismais discrepâncias que adornam o mosaico de quadro angolanos quando comparados em; formados em Angola e formados no exterior. Deixemo-nos de falsidades, ninguém pode se arrogar ao direito de considerar a qualidade da sua formação uma questão pessoal. Aquela estória do “o mercado será selectivo, quem não se esforçar será adiante punido pela própria sociedade”, só serve mesmo de muleta para os quem já não quer caminhar. A qualidade da formação de qualquer um de nós, diz respeito a todos. É uma questão de segurança nacional. É sim, não estou a alarmar nada. Imaginemos que assim, continuem as coisas para todo sempre, não teremos confiança nos nossos quadros, em outras palavras, não estaremos seguros da qualidade dos quadros nacionais. Estas linhas foram escritas com o fim de provocar um diálogo entre todos os membros da nossa comunidade académica. Há perguntas que devem ser respondidas. É tudo um exercício de co-responsabilização.
TCHIPLICA EDUARDO

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