sexta-feira, 30 de março de 2012

Conferência – D. Eugénio Del Corso, Bispo da Diocese de Benguela



“A Busca da Verdade do Homem a partir da Fé e da Razão” 

D. Eugénio Del Corso, um Homem de Fé, mas também um homem da Ciência, um académico no verdadeiro sentido da palavra, deu-nos ontem (dia 29 de Março pelas dezanove e trinta), o amável privilégio de, num período de  aproximadamente duas horas, nos conduzir (comunidade piagetina e ilustres convidados da Universidade Katiavala Bwila e Universidade Católica), pelas suas sábias palavras, através de um profundo exercício de reflexão em torno de um conjunto de questões vitais e transversais a todas as áreas do Conhecimento, desde as Ciências exactas às Religiões e, mais especificamente,  à Fé.

 Procuramos, neste artigo, sintetizar algumas das ideias avançadas por D. Eugénio Del Corso, salvguardando, desde já, a possibilidade de alguma imprecisão no que diz respeito à formulação exacta do seu pensamento, visto tratar-se de um texto elaborado a partir de notas  tomadas durante a conferência. Segue então uma súmula da magistral aula de sapiência.  

O Homem é o Ser que tem sede de conhecimento, e o único Ser que tem consicência desse mesmo conhecimento. Todas as Ciências, todas as Religões, entendidas enquanto diferentes formas de Conhecimento, radicam a sua origem, precisamente na formulação de questões cruciais com que todo o ser humano, em qualquer momento da sua vida se confronta: “Quem sou?” ; “Porque existo?" ; “Para onde vou”? "Existe morte para lá da vida?"

Se as Ciências se pautam por uma procura da Verdade a partir da experimentação, isto é, verdades empíricas, mensurávies, verficáveis, a Fé religiosa radica na crença, um princípio de credibilidade de Deus. Assim sendo, os princípios da Fé não carecem, desde logo, de verficação empírica. Contudo, subjaz quer às Ciências, quer à Fé, critérios de aceitação (ou não aceitação) que se fundam na Razão humana: Se Deus fala, fala a Verdade… É preciso que não esteja em contradição com a Razão. O absurdo não é crível, se é contraditório, não é aceitável. Refira-se ainda que a Fé tem a capacidade de ir além do conhecimento racional, de revelar novos conhecimentos. A crença na criação do universo como um acto de Deus – é uma verdade de fé. Uma verdade que não é determinável, nem pela mais aguda filosofia. De facto a problemática da origem do universo, trata-se de uma questão para a qual  a própria Ciência (que se funda no tal princípio de experimentação), não consegue atestar através da da experimentação, a “teoria do Big Beng” é uma teoria não passível de ser verificada através da experimentação…

Após uma digressão através do mundo da ciência, apontando referências como Galileu Galilei (e a sua teoria heliocêntrica), Copérnico, Einstein, entre outros, conclui-se pela necessidade de se incrementar, cada vez mais, um diálogo entre Ciência e Fé. Os limites da  Ciência devem fundar-se num princípio da ética, já que, como afirmava Einstein “a Religião sem Ciência é cega”.

Poderá a Ciência revelar todos os mistérios do cosmos? Poderá a Ciência resolver todos os problemas do Homem? Com a falácia do Positivismo, no seu sonho de encontrar as causas, as respostas absolutas às questões do Homem, a Ciência passa a integrar a noção de  “indeterminação”  subjacente à suas “verdades”, reconhecendo assim as suas limitações. A    aceitação do princípio de Eisenberg (indeterminação) radica na consciência de que a validez universal dos seus critérios são aplicaveís num determinado “espaço” e num determinado “tempo” (conceitos também mutáveis, relativos: Teoria da Relatividade de Einstein).

Um progresso tecnológico que não contemple no seu horizonte um forte sentido ético, pode ter consequências preocupantes na vida das populações e da natureza (veja-se o efeito de estufa). Logo, Ciência e Fé devem ser vistas como campos autónomos mas não opostos. Trata-se de saberes complementares que, como tal, carecem de um diálogo permanente e verdadeiro, já que: “A Ciência pode purificar a Religião do erro e da superstição e a Religião pode purificar a Ciência da idolatria e dos seus falsos absolutos”.

texto e fotos por:  Marivalda da Cruz Gonçalves









domingo, 25 de março de 2012

A propósito da dimensão sociocultural da literatura

Os Estudos Literários constituem-se como disciplina de carácter introdutório, do programa do 1º ano da Licenciatura em Ensino do Português e Línguas Nacionais. Trata-se de um disciplina que visa, fundamentalmente, alargar o sentido crítico e reflexivo dos estudantes em relação ao fenómeno literário, entendido como uma forma de manifestação artística do ser humano, à semelhança de outras manifestações artísticas como a pintura, a música, a escultura, etc. Se a pintura usa como matéria a cor, as tintas, digamos que a matéria da literatura é a linguagem, ou melhor, a linguagem literária. Mas para além desta dimensão estética, a literatura integra, necessariamente, uma dimensão sociocultural e histórica. E, digamos que, de forma muito sucinta, é este o ponto sobre o qual pretendo tecer algumas considerações no que se refere a algumas estratégias de exploração do tema em contexto de sala de aula.

Entre muitos outros autores, o teórico da literatura Carlos Reis, coloca a questão nos seguintes termos: "A literatura envolve uma dimensão sociocultural, directamente decorrente da importância que, ao longo dos tempos, ela tem tido nas sociedades que a reconheciam (e reconhecem) como prática ilustrativa de uma certa consciência colectiva dessas sociedades." (in, O Conhecimento da Literatura, p. 24)

Assim, após a abordagem teórica com recurso às teorias da literatura, (o que, digamos, oferece uma certa resistência), a questão que se coloca é a seguinte:

Como operacionalizar os conceitos abordados? Que estratégias? Que textos literários selecionar para a exploração dessa dimensão sociocultural? Ou ainda, que entender e de que forma se manifesta na prática nos textos literários uma determinada consciência colectiva de uma sociedade e o próprio devir histórico?

Muito bem, para exploração dos conceitos referidos, elegemos uma composição do riquíssimos corpus da Literatura Tradicional (Oral) Angolana. Segue-se a transcrição do texto literário escolhido, uma composição poética do povo cuanhama, recolha feita pelo Pe. Carlos Estermann registada na obra  Etnografia do Sudoeste de Angola:

As grandes rãs, haisikti, saúdam a tua vinda
as aves aquáticas
e o homem nobre.
Quando ela (a chuva) aparece, exclama:
«Ó terra estável e sólida, encharco-te de água,
Kadiva (pequena depressão onde creesce o colmo),
                                                          [cubro-te de água
Apenas o omufito (terra arenosa), forte como eu,
                                                    [ousa resistir-me!»
A sua manteiga (da chuva) é a rã,
A sua gordura é a tartaruga.
Oh! As próximas chuvas não cairão já
Sobre os bois velhos e magros
Tu (pastor ou proprietário de gado) poderás chupar
[o leite das tetas.
A chuva é a mãe de panelas de pirão,
E mãe do cesto cheio no tempo frio.
Que ela venha! Para que nós, miseráveis, não sejamos
                                                             [obrigados a roubar
E, exaustos, famintos, não pensemos em apoderar-nos
                                                                             [do alheio!
Após uma leitura em voz alta da composição, segue a exploração textual no sentido de recuperar os modos como, através das imagens recriadas, o universo representado, as metáforas, os campos semânticos que concorrem para a recriação de todo um universo, o modus vivendi , uma determinada visão do mundo de, uma comunidade que, através de uma espécie de cântico poético, dá voz ao seu sentir e pulsar.

Pela explicação que nos dá Estermann, sabemos já que uma tradução literal do poema é impossível. Sabemos assim que «Haisikoti» “ um carreiro batido, batido aqui pelo pisar de muito gado. A chuva evoca, na mente do poeta, intermináveis filas de bois luzidios que passam pelos tortuosos caminhos do mato.”

Identificamos assim à partida o tema do poema: a chuva. A partir deste conceito central, tema da composição, passamos ao levantamento de conceitos / expressões que concorrem para a construção de um campo semântico, isto é lexemas que se organizam numa rede de sentidos, como seja o lexema rãs (1º v.), aves aquáticas (2º v.), encharco-te, água (5º v.), água (7º v.)... que concorrem para a recriação de todo um universo através de imagens sugestivas que apelam quer ao nosso conhecimento do mundo, quer à nossa dimensão sensorial. Visualizamos a chuva contínua que encharca os campos, o trilho batido pelo pisar dos bois, o coaxar de rãs que saltitam, as mães que preparam o pirão nas suas panelas, em síntese uma profusão de sons, imagens, cheiro, (sinestesias) sob os quais se arquitecta toda a estrutura interna do poema.

Pela eleição do tema – a chuva – toda a imagética em torno desta, concluímos pela importância vital desta para todos os membros da comunidade. Elemento seminal à volta do qual se instauram os diferentes ciclos de vida. Esta, (a chuva) é símbolo de fartura, de abundância, alimento para todos. É ela que sacia a fome, tornando a terra fértil para a produção de bens alimentícios como o milho, a mandioca, etc. As imagens sugestivas desta dimensão positiva da chuva revela-se ao longo das metáforas disseminadas ao longo do texto: “A sua manteiga” (da chuva) é a rã” (v. 10); a sua gordura é a tartaruga. (v. 11); “A chuva é a mãe de panelas de pirão” (v. 16); “e mãe do cesto cheio no tempo frio” (v. 17). Deduzimos com clareza que a prática de um tipo de agricultura de subsistência e a criação de gado são o seu modo de subsistência. E se a chuva significa prosperidade, a sua ausência é também sinónimo de escassez de recursos, seca, fome, miséria que pode, nomeadamente, levar ao roubo do alheio. Daí, pela sua importância, nasce esta espécie de exortação, esta prece à chuva: “Que ela venha!...” e consigo o gado será generoso na produção de leite, leite abundante e gordo com que se fará manteiga para saciar todos os membros da comunidade.

Introduz-se a noção de que a poesia, mais do que afirmar, sugere. É assim, através de uma sucessão de metáforas, todo um conjunto de imagens que, pela mestria do ofício poético, se instaura a representação (recriação) de um universo, que apela, em simultâneo, à nossa dimensão racional, e à   dimensão do nosso imaginário.  Da mesma forma, ao darmos voz ao “texto”, ou seja, pela fruição estética do mesmo, actualizamos a voz, o “espírito”, o palpitar de um povo, o Homem. Nesse sentido ecoa o pensamento aristotélico segundo o qual a Literatura participa, juntamente com a Filosofia na busca do ser humano do conhecimento, o conhecimento do que é a essência do homem.

Marivalda Da Cruz Gonçalves
Docente e coordenadora da Licenciatura
Ensino do Português e Línguas Nacionais

Nova Rubrica

A partir desta data procuraremos incorporar neste espaço, alguns testemunhos do quotidiano da prática diária dos nossos docentes e discentes. Serão convidados a partilhar com os nossos leitores as suas reflexões, as estratégias pedagógicas, as experiências no contexto de sala de aula, etc.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Mensagem aos Docentes pelo Vice-reitor Prof. Bonifácio Tchimboto

Hoje, dia de abertura oficial do ano lectivo 2012,  o professor Dr. Bonifácio Tchimboto, vice-reitor da Unipiaget de Benguela, dirigiu-se aos docentes funcionários durante a sessão que congregou todos os membros da Direcção, Eng. Mário Rui Ferreira - Administrador, Dr. Pedro Amândio - Director Pedagógico, funcionários e docentes da instituição.

Publicamos aqui na íntegra a sua mensagem de abertura proferida aos presentes.


Aos docentes!

Estamos a começar o oitavo ano da nossa existência!
Sabemos, no entanto, que para a vida das instituições (de certo modo como a das pessoas) o que conta, realmente, não é a extensão dos anos, mas a intensidade de vida, a qualidade de vida. A imponência do seu edifício, erguido sob o olhar meigo da Senhora da Graça, admira os passantes, orgulha os utentes, enobrece os fautores. Mas não é a imponência do edifício, nem o frescor dos interiores, nem o formigar dos estudantes (cerca de 5000!). O metro para aquilatar o valor de uma universidade não está apenas no visível. O valor de uma comunidade académica será medido, antes de mais, pela moldagem interior que a formação vai, paciente e resolutamente, produzindo no estudante, em ordem à criação de um verdadeiro homem de letras e de ciências. Se um dia o país e o mundo serão gratos ao trabalho da Unipiaget de Benguela, sê-lo-ão pela dedicação pedagógica e científica do seu corpo docente. E, nisto, os frutos afiguram-se promissores e sem medidas.

1.      A qualidade do ensino universitário depende, certo, da qualidade dos docentes. Nós os docentes conhecemos a nobreza e a responsabilidade da nossa missão. Devemos conhecer e viver também a humildade e honestidade científica de reconhecer quanto precisamos de ler, estudar e pesquisar. Só uma bagagem vasta e continuamente renovada nos dotará de condições para abordar com desassombro os conteúdos lectivos a nós acometidos. A universidade é uma forma de vida colectiva e social, onde convivem e cruzam interesses mais ou menos diferenciados. Há, no entanto, um interesse comum: buscar e servir a ciência. E somos todos responsáveis para que este e outros nobres objectivos sejam atingidos. Por outro lado, o nosso encontro com os estudantes debaixo dos tectos da Piaget deve criar também relações humanas e humanizantes. O humano precede o académico!
2.      A nossa comunidade académica – uma comunidade que (segundo a história dos seus fundadores) teve gestação em valores humanistas e cristãos – vai além dos interesses pessoais e egoísticos. Sabemos nós que o horizonte verdadeiramente humano não se vislumbra senão com os olhos de altruísmo e filantropia. Para muitos de nós (para todos nós) servir o irmão, formá-lo científica e humanamente deverá ser o primeiro e o mais importante estipêndio a receber. Na verdade, o serviço de formar, nas suas vertentes mais genuínas, nunca será recompensado com valores pecuniários do módulo lectivo. De resto, se os ramos humildes da videira piagetina que somos nós produzirem algum fruto, se dos nossos rebentos mais tenros brotarem uvas sábias, destinadas a saciar a sede das gentes, como não seremos gratos, e infinitamente gratos?! Colegas meus, a nossa missão não é nada ingrata, só os calendários do frutificar é que podem andar atrasados. Seremos recompensados infinitamente, mesmo quando já não estivermos neste mundo.

3.      Deveremos passar a nossos estudantes o património científico de que somos portadores. Mas façamo-lo com modéstia e generosidade. Assim, ensinaremos nossos discentes, não só com palavras, mas sobretudo com atitudes. Dizei aos discentes que zelem pelas instalações que nos abrigam, dizei-lhes que nós, mais do que filhos do nosso passado, somos também pais do nosso futuro comum. A dedicação dos professores, os sacrifícios dos pais e encarregados de educação – assim esperamos - serão recompensados com atitudes de gratidão e com resultado académicos apreciáveis.

4.      No mundo assolado pela instabilidade de ideias e opiniões, num país em que – assim pensam alguns – a ciência para vincar tem de fazer vénias a poderes políticos e aos impérios económicos, num país em que académicos se compram e se vendem por feixes de notas sujas… o professor piagetino é chamado a lutar contra a corrente de modo a libertar a ciência do exílio de corrupção e de mercantilismos ignóbeis, cheirem esses a dinheiro ou a partidos políticos, a nepotismos ou a religião. Para isso, o docente precisa primeiro de libertar a si mesmo (nemo dat quod non habet, neque plus quam habet). Precisa de estar isento. Isenção e equidistância, isenção e equidistância… libertemo-nos de aliciamentos partidários, libertemo-nos de proselitismos religiosos, libertemo-nos dos encantamentos afromísticos. Um docente da nossa estatura não cabe na algibeira de nenhuma instituição social ou ideológica.

5.      Hoje temos muito vandalismo na cidade, na universidade também. Estudantes nossos há que passam pelas salas e pelos corredores da Universidade como se de casa emprestada se tratasse, poluem a acústica com gargalhadas e gritos estapafúrdios… Mas o que mais deve preocupar o bom senso são aqueles que da universidade exigem tudo, menos o que devem efectivamente exigir: a ciência. Há quem pensa estar a pagar propinas não para ter aulas em vista de conhecimentos, mas para ter nota e canudo de doutor. São poucos, felizmente! Mas existem e merecem, da nossa parte, não repúdio ou desprezo. São filhos doentes da nossa família, devem ser levados à clínica… se todos nós que, quais camponês calejados, nos esforçarmos para salvar o ramo infrutífero da vinha, ganharemos mais uvas para o lagar da casa. Quer dizer, precisamos de criar nos estudantes uma mentalidade autenticamente universitária, rejeitando decisivamente desordens e fraudes académicas.

6.      A instrução, a escola e a formação são importantíssimas. Fechem as escolas. Vereis as cadeias apinhadas de jovens e a própria polícia precisará de ser policiada! A escola, depois da família e da Igreja, é o lugar mais importante de socialização e de construção do homem e do humano. A escola é uma legítima extensão da família. E casos há em que a escola não prolonga a família, mas substitui-a naquilo em que esta é omissa. Por isso, os estudantes mais irrequietos devem ser tratados com indulgência e compreensão pelos colegas e pelos professores. Quem sabe se não seremos nós a única família formativa que eles têm?

Excelentíssimos colegas, senhoras e senhoras, em nome do Magnífico Reitor, Prof. Doutor Pedro Domingos Peterson, DECLARO ABERTO O ANO ACADÉMICO 2012!
Que Deus abençoe os nossos propósitos!

Benguela, 5 de Março de 2012
Pe. Tchimboto, PhD








Aprender para Vencer!

Abraçando um convite efectuado pela Administração Municipal do Lobito, a Universidade Jean Piaget de Benguela aderiu ao desafio de participar através da supervisão científica e pedagógica de um conjunto de actividades congregadas sob o lema "Aprender para Viver"!

Trata-se de um conjunto de Olimpíadas nas áreas da protecção do Ambiente, da Matemática e da Língua Portuguesa. Estas serão levadas a cabo em todas as escolas privadas e públicas da 7ª, 8ª e 9ª Classes, do Município do Lobito.

Para a divulgação de todo o projecto que decorrerá entre Março a Setembro de 2012, a Unipiaget criou um espaço virtual onde lhes daremos conta do decurso da mesma.

Estamos assim a dar cumprimento aos objectivos e funções que, enquanto instituição de ensino sem fins lucrativos, pretende incrementar cada vez mais o seu papel interventivo na sociedade, aproximando-se dos seus parceiros sociais, escolas, e administração pública para, em conjunto, promovermos a qualidade do ensino, a formação cívica e a defesa de valores cruciais para todos nós. 







Para mais detalhes veja aqui Aprender para Vencer!



Notícia por:   Marivalda  da Cruz Gonçalves

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