No passado Sábado os estudantes do 3º e 4º ano da Licenciatura em Engenharia Civil, acompanhados pelo seu Coordenador do Curso, visitaram a fábrica de cimento da empresa SECIL, tendo-se inteirado sobre a forma de produção de um dos materiais de construção mais importantes para a reconstrução nacional.
A receber os estudantes estava o Eng.º Augusto Miragaia que é o director da fábrica.
A receber os estudantes estava o Eng.º Augusto Miragaia que é o director da fábrica.
O director fez um resumo histórico da fábrica desde a sua construção, no início dos anos 50 do século passado, até aos dias de hoje. Em seguida, acompanhou os estudantes na visita às instalações e foi respondendo às questões que estes lhe colocavam, incluindo a demonstração de como se fecha um saco de cimento depois de cheio.
A fábrica da Secil no Lobito pertence à empresa portuguesa SECIL (51%) e ao Estado angolano (49%).
A matéria prima principal para o fabrico do cimento é a pedra calcária (75%) que existe em abundância na província de Benguela.
Este material, depois de misturado com argila (25%) é cozido num forno rotativo de onde sai um material parecido com brita mas de côr cinza escura chamado “clínquer”.O combustível para esse forno é o carvão ou o “coque” de petróleo. São necessários 220 Kg de carvão para fazer 20 sacos de cimento. As cimenteiras são uma indústria muito poluente.
Infelizmente, o forno rotativo da Secil Lobito está avariado desde os anos 80, e já não compensa ser reparado (ver fotos). Por essa razão, o “clínquer” é importado de Portugal e é moído na fábrica do Lobito. Durante o processo de moagem é acrescentado gesso (3 a 5%). Finalmente, o cimento é armazenado em silos de onde sai para ser ensacado em sacos com 50 kg ou vendido a granel em camiões próprios.
Em Angola existe apenas uma fábrica que produz “clinquer” em quantidade suficiente para o cimento que vende. Trata-se da fábrica chinesa da CIF em Viana. No entanto, essa fábrica tem dificuldade em vender todo o cimento que produz, enquanto que a SECIL Lobito e a Nova Cimangola em Luanda vendem todo o cimento que produzem.
Os estudantes aprenderam ainda que existem 4 classes de cimento e a que tipo de obra se destina cada um deles. Em Angola produz-se apenas o cimento tipo I, classe 42,5 que é o mais usado em obras correntes.
Os alunos gostaram da visita, pois segundo disseram, sentem-se “mais engenheiros”. No entanto, mostraram-se desapontados pela falta de lanche, e pela falta de umas “cucas” para tirar o pó das gargantas...
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