O Governo de Pyongyang avisou no dia 12 de Março à Organização Internacional de Aviação Civil (Icao) e à Organização Marítima Internacional (OMI) o seu plano de lançar um satélite de comunicações entre sábado, 4 de Abril, às 11h locais e quarta-feira, dia 8, às 16h locais.
Parte do desenvolvimento da sua corrida espacial, o foguete sofre a oposição de Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão, que suspeitam de que se trate, na verdade, de um novo teste do míssil balístico de longo alcance Taepodong, de fabricação
norte-coreana e cujas duas provas anteriores fracassaram.
A desconfiança não é sem motivo, já que, em 1998, a Coreia do Norte anunciou igualmente como um satélite de comunicações o lançamento do míssil Taepodong-1, e a cooperação tecnológica com o Irão aumenta as possibilidades de o lançamento, desta vez, ser bem sucedido.
A imprensa sul-coreana especula que o lançamento poderia ocorrer sábado, desconfiança compartilhada pelo primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, que, de Londres, ordenou o posicionamento de escudos antimísseis nas províncias japonesas pelas quais o foguete deve passar.
Tóquio avisou que o interceptará se ele cair sobre o seu território e enviou ao Mar do Japão dois destróieres com o sistema de combate Aegis, que integra os sensores do navio com as suas armas, para defesa contra mísseis anti-superfície.
Uma embarcação sul-coreana e outra americana com esse mesmo sistema de detecção já estão posicionadas no mesmo local com este objectivo.
O Governo de Seul disse, segundo a agência sul-coreana "Yonhap", hoje que a Coreia do Norte já está com a injecção de combustível no projéctil quase completa, tornando muito provável o lançamento sábado.
Alguns analistas afirmam que o lançamento será durante o fim-de-semana, quando a população norte-coreana tem mais tempo para assistir televisão, o que maximizaria o efeito.
O fim de semana tem previsão de nuvens e vento na base de Musudanri, em Hamgyeong, no nordeste da Coreia do Norte, mas Seul acredita que isso não impedirá o plano norte-coreano.
Segundo a agência "Yonhap", o foguete parece ser de 32 metros de altura e 2,2 metros de diâmetro, com peso superior a 70 toneladas e equipado com três fases.
Analistas sul-coreanos consideram provável este que seja um teste bem-sucedido, após as duas tentativas fracassadas de 1998 e 2006, graças à cooperação tecnológica com o Irão, que, em Fevereiro, lançou com sucesso um satélite.
Após o fracassado lançamento do Taepodong-1, em 1998, a Coreia do Norte ainda lançou, em 2006, o míssil de longo alcance Taepodong-2, que explodiu no ar segundos após o seu lançamento, segundo especialistas americanos.
O actual lançamento elevou a tensão na península coreana e a comunidade internacional intensificou as suas ofensivas diplomáticas para demover Pyongyang, enquanto coordena uma possível resposta.
Coreia do Sul, EUA e Japão advertiram que o lançamento violaria a resolução 1718 do Conselho de Segurança da ONU de 2006, que exige que Pyongyang abandone os seus testes de armas nucleares e mísseis balísticos, assim como o desenvolvimento desse tipo de armamento.
Em Londres o presidente americano, Barack Obama, e o seu homólogo sul-coreano, Lee Myung-Bak, combinaram de apresentar uma resposta "firme e unida" ao lançamento norte-coreano.
O Japão, por sua vez, deve convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, caso a Coreia do Norte efectue o lançamento.
A iniciativa foi respaldada por EUA e França, segundo o embaixador japonês na ONU, Yukio Takasu.
Enquanto isso, duas jornalistas americanos de um site, Laura Ling e Euna Lee, continuam presas na Coreia do Norte desde 17 de Março, sob acusação de entrar ilegalmente no país e de actos hostis contra o seu Governo.
A elevada tensão entre Coreia do Norte e Estados Unidos devido ao lançamento de foguete pode dificultar a libertação das repórteres, segundo analistas sul-coreanos.
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