sexta-feira, 23 de setembro de 2011

REPORTAGEM: Visita de Estudo a Estações de Tratamento de Águas Residuais


 
Nos passados dias 27 de Agosto e 3 de Setembro, alguns alunos da turma do 4º ano do curso de Engenharia civil e Ordenamento do Território visitaram o sistema de esgotos das cidades do Lobito e de Benguela. Visitaram estações elevatórias e estações de tratamento de águas residuais. 
A visita foi facilitada pela acção de um dos responsáveis pelas ÁGUAS DE BENGUELA, o Sr. Julio Kalupeto que é aluno  Piagetino deste curso e foi acompanhada pelo professor da disciplina de Hidráulica Aplicada e coordenador do curso, Prof. Doutor Jorge Matos, que explanou sobre o funcionamento destes órgãos do sistema de drenagem e tratamento dos esgotos.

As Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), são o local onde vai ter todo o esgoto das grandes cidades. Como o nome indica, é um órgão de tratamento dos esgotos, fazendo com que este não seja lançado directamente para o ambiente (terra, rio ou mar) sem ter as condições mínimas para evitar causar doenças e infecções nas populações. As ETAR do Lobito e de Benguela são do tipo “lagoas de oxidação” sem arejamento, ou seja, são grandes áreas de lençol de esgoto que, em contacto com o ar absorvem o oxigénio e sedimentam.


Nestas estações, o esgoto é dividido em duas partes distintas – parte sólida e parte líquida. No caso das “Lagoas de Oxidação” a parte líquida resultante não é suficiente limpa para ser lançada ao mar ou ao rio, mas é muito boa para regar campos agrícolas, visto conter nutrientes orgânicos. Também a parte sólida – lamas – é aproveitada como adubo para a agricultura. As lamas é o resultado da sedimentação. O sistema usado no Lobito e em Benguela para tratamento de esgotos (Lagoas de Oxidação de Águas  Residuais) é constituído por 3 tipos de lagoas. Na Lagoa Primária com cerca de 3 metros de profundidade, o esgoto tem um tratamento anaeróbico, ou seja, não depende do oxigénio presente no ar. Os sólidos em suspensão depositam no fundo.

A depuração é assegurada graças a um longo tempo de retenção do esgoto, em várias lagoas estanques dispostas em série. O número de lagoas mais frequentemente encontrado é de 3. No entanto, a utilização de uma configuração com 4 ou mesmo 6
lagoas permite conseguir um maior grau de desinfecção. O mecanismo básico em que se baseiam as lagoas sem arejamento é a fotossíntese. A camada superior de água das lagoas está exposta à luz, o que permite o desenvolvimento de algas que produzem o
oxigénio necessário ao desenvolvimento e à manutenção das bactérias aeróbias. Estas bactérias são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica.

O dióxido de carbono produzido pelas bactérias, bem como os sais minerais contidos nas águas residuais, facilitam a multiplicação das algas. Obtém-se assim uma proliferação de duas populações interdependentes: as bactérias e as algas, também chamadas " micrófitas ". Este ciclo funciona em automanutenção enquanto o sistema receber energia solar e matéria orgânica.
No fundo do tanque, onde a luz não penetra, são as bactérias anaeróbias que degradam os sedimentos provenientes da decantação da matéria orgânica. A este nível libertam-se anidrido carbónico e metano.

E já chega de conversa difícil. A ETAR do Lobito entrou em funcionamento em Junho de 1997. Tem capacidade de tratamento de esgotos de 47.000 habitantes e ocupa uma área de 63.700 m2. O volume diário a tratar pode atingir os 6.500 m3/dia. A ETAR de Benguela foi projectada para 22.000 habitantes.

Artigo do Coordenador da Licenciatura em Engenharia Civil da Unipiaget
Prof. Doutor Jorge E. Matos

Nota:
A sua licenciatura também fez uma Visita de estudo? Envie-nos a sua Reportagem ou contacte o GAPE para ver a sua reportagem publica aqui, no nosso blogue Oficial!

Sem comentários:

Enviar um comentário

A sua opinião conta e nós contamos com ela.

Arquivo de Notícias