quarta-feira, 15 de julho de 2009

ATENÇÃO QUEREM MATAR O A LÍNGUA GALEGA

O nosso país é um exemplo de convivência pacífica sem igual. O multilinguismo que reina no território angolano é prova disso. A república da Namíbia pode ser citada também como exemplo, eles estão até mais avançados que nós neste sentido.

Mas, não parece ser assim em todos os lugares do nosso planeta. Lembram-se do Caso GALIZA.

O nosso blogue solidariza-se com a luta dos nossos irmãos em Galiza. Acreditamos que ambas a línguas podem conviver. O espanhol e o Galego. Os falantes de uma e de outra língua são todos irmãos e partilham um mesmo território, história e cultura comuns.

Por isso, transcrevemos abaixo o manifesto de todos que estão a favor da não morte do GALEGO.

Destinatário: Cidadania da Galiza e da comunidade lusófona internacional

Manifesto pela hegemonia social do galego

Manifesto pela hegemonia social do galego

A Galiza vive uma crise da língua própria sem precedentes. À evidente perda do galego na mocidade une-se agora a política das novas elites do Partido Popular governante, decididas a acabar com os tímidos avanços na promoção da língua que o governo bipartido anterior começava a introduzir. Especialmente preocupantes são a eliminação da obrigatoriedade de demonstrar conhecimento de galego escrito para o acesso à função pública (isto é, as trabalhadoras e trabalhadores ao serviço de todos e de todas), e a notável discriminação que se avizinha na presença do galego no sistema educativo público (isto é, colectivo). O Partido Popular, sob a demagogia da "liberdade linguística", parece decidido a instituir o golpe de graça legislativo e político que impossibilite a recuperação da transmissão, dos usos e do prestígio da língua da Galiza. Que, por políticas dirigidas, num breve período histórico praticamente um povo inteiro deixe de transmitir e de utilizar o seu idioma como forma de conduta diária constitui um linguicídio em toda a ordem, que vulnera frontalmente os direitos humanos e cívicos colectivos. Mas a situação não é apenas fruto dum plano improvisado do PP à luz duma contingente vitória eleitoral: é também resultado duma prática de décadas em que a classe política dirigente da Galiza se demitiu da sua responsabilidade histórica de contribuir para a necessária hegemonia social do galego como língua de relações sociais, de referência identitária, e de avanço cultural e material. Como em qualquer sociedade, só esta hegemonia do próprio poderá produzir a integração social num espaço comunicacional comum no nível local, nacional e internacional, imprescindível para imaginarmos e portanto construirmos uma ordem de verdadeira igualdade num âmbito de decisão verdadeiramente soberano. Nós, as pessoas e colectivos abaixo assinantes, DENUNCIAMOS o plano ultraliberal do Partido Popular e dos poderes económicos e mediáticos dominantes para manterem a língua (isto é, a conduta visível de milhões de pessoas) à mercê do darwinismo social, da lei do mais forte económica e mediáticamente, a língua espanhola; RECLAMAMOS dos poderes públicos, sujeitos sempre a renderem contas perante a cidadania, o exercício das suas obrigações para a promoção social e institucional do galego e para a eliminação de qualquer discriminação e obstáculo à sua expansão, consolidação e naturalização como língua nacional própria a todos os efeitos; e CHAMAMOS, na mais firme tradição do galeguismo, a um compromisso comum, horizontal e persistente de toda a cidadania galega pola construção da hegemonia social da nossa língua, a meio da sua transmissão efectiva aos mais novos na vida diária e no ensino, nos seus usos orais e escritos, como o nosso principal instrumento integrador e como o nosso vozeiro internacional no âmbito linguístico e cultural galego-luso-brasileiro de que nunca deixou de fazer parte.

Galiza, julho de 2009

Os Peticionários

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