quarta-feira, 22 de abril de 2009

O país que temos

Todos sabemos que a guerra destruiu o país: infra-estruturas de todo tipo, recursos humanos e matérias, etc. Foram grandes as perdas que o país consentiu ao longo do conflito armado. O momento actual exige de todos angolanos muito trabalho e dedicação. Isto se torna óbvio, quando olhamos para as muitas estradas ainda por se reabilitar, pontes, escolas e hospitais por se construir. Mas, para alguns, este óbvio não lhes está a vista. Acreditem ou não, existem angolanos que se recusam a participar da reconstrução nacional sob pretexto de não terem sido eles os causadores de tal destruição. Isto deixa triste qualquer cidadão que tenha um palmo de consciência. Cuidar das nossas ruas, praias, jardins, parques e outros lugares de lazer constitui obrigação de todos. As escolas, os hospitais são patrimónios de públicos devemos velar por eles. Fazer derrapagem com carros na via publica é definitivamente uma prática condenável. O empresário que foge ao fisco, o governante que se deixa corromper, o pai que nega a paternidade e o jovem que insiste em viver da caridade dos outros são todos cidadãos que se recusam contribuir para reconstrução nacional. Recentemente visitei as províncias mártires do Bié e do Huambo. Gostei do vi. O espectro da guerra já não é cartaz visita. Pude ver cidades lindas e bem asseadas, estradas devidamente sinalizadas e uma consciência do dever mais presente no cidadão. Em Benguela ou Luanda o quadro certamente é oposto. Luanda tem sinalização mas, não há cidadãos para cumpri-las. Tem ruas lindas porém, sujas. Benguela não tem sinalização nem cidadãos suficientes para cumpri-las. Arrisco-me aqui a afirmar que as cidades do interior são as que mais integras se mantiveram ao longo dos anos de guerra. E é de lá que os exemplos de vem ser tirados, porque este é o país que temos.

Martinho Bangula

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